Mostrando-se radicalmente contra as demissões de treinadores no futebol brasileiro, o técnico gremista Vagner Mancini viu “deslealdade” na pergunta do jornalista Gustavo Berton, da ESPN, na coletiva deste domingo, quando o repórter apontou que “o torcedor do Grêmio” não concorda com a evolução dita pelo treinador sobre os últimos jogos do time.
O “diálogo” aconteceu depois do empate em 1×1 com o Juventude na Arena e Mancini, questionando a generalização do comunicador, apontou uma certa “deslealdade” na forma como a pergunta foi construída.
“Nós não podemos achar que, quando eu falo em evolução, achar que o time está pronto para jogar a Série B. Claro que não está. Mas quando você fala que a opinião do torcedor é essa, você está pegando 8 milhões de pessoas e colocando uma opinião. Isso não é justo. Por isso perguntei se essa é a sua opinião. Se você acha que não teve evolução nesses quatro jogos, eu vou respeitar, mas não concordo. O torcedor, volto a dizer, é passional. Quer ver o time jogando bem e esse é o papel dele. Mas se você coloca 8 milhões de pessoas contra mim, eu acho desleal. Não tem 8 milhões de pessoas pensando igual. Temos que analisar futebol com frieza e saber o porquê das coisas serem feitas. Parar com esse negócio de que perde um jogo e já tem que perder o emprego”, declarou Mancini, para depois ampliar:
“Ninguém é fixo em cargo nenhum. Mas temos que ter respeito acima de tudo. Esse é um papel também de vocês, de ajudar a fazer um esporte melhor. Estou aqui fazendo o meu trabalho de forma séria todos os dias. Quando a diretoria do Grêmio entender que deve, vão demitir e fim de papo. Aí vou outro pra lugar. Mas as coisas devem ser colocadas de forma correta”.
Apesar da insatisfação crescente de torcedores, que inclusive o vaiaram, Mancini segue respaldado pela direção no cargo. O contrato vai até dezembro de 2022.