A chegada das SAFs ao futebol brasileiro provocou uma mudança de papéis: clubes que antes possuíam menor poder financeiro agora contam com maior capacidade de investimento. Em contrapartida, aqueles que ainda não adotaram o modelo têm ficado para trás, compondo uma espécie de segundo pelotão. Pelo menos é essa a percepção do vice de futebol do Grêmio, Alexandre Rossato.
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Em entrevista à Rádio Gre-Nal, na manhã desta sexta-feira (21), o dirigente afirmou que a dupla Gre-Nal se encontra no “segundo pelotão” do futebol brasileiro quando o assunto é capacidade de investimento em contratações.
“Muitos clubes que brigavam abaixo do Grêmio, hoje estão com investimentos superiores ao Grêmio por conta de dinheiro de terceiros. Grêmio e Inter estão cada vez mais distantes financeiramente de um pelotão da frente”, disse Rossato.
O Bahia, agora pertencente ao conglomerado de clubes do bilionário Grupo City, foi citado como exemplo pelo dirigente gremista. Historicamente, a equipe de Salvador enfrentava dificuldades no mercado, mas hoje investe mais do que o Grêmio.
“Hoje os investimentos são muito altos lá (no Bahia). O Grêmio não tem essa capacidade financeira de fazer investimentos do tamanho que o Bahia vem fazendo”, afirmou.
Atualmente, a Série A do Campeonato Brasileiro conta com seis clubes que aderiram à SAF, isto é, que possuem algum proprietário e investimento externo: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Bragantino, Cruzeiro e Fortaleza. A exceção é o Vasco, que chegou a se tornar SAF, mas enfrenta um processo judicial e, no momento, atua como clube associativo.
Grêmio debate possibilidade de virar SAF
No Grêmio, o tema SAF deverá ser discutido em 2025, conforme prometeu o presidente Alberto Guerra em entrevista concedida no último mês de dezembro. De acordo com o dirigente, o Conselho de Administração já domina o assunto e a ideia é avançar em algumas questões ainda neste ano.
“Sim (o assunto SAF deve ser discutido em 2025). Nós discutimos muito sobre SAF em 2024. Internamente, o Conselho de Administração tem domínio do assunto. Claro que a situação na tabela, ao final (da temporada passada), nos fez esperar para seguirmos adiante com algumas questões”, declarou.
Ainda segundo Alberto Guerra, há hoje uma resistência menor à possibilidade de o Grêmio se tornar SAF, mas o grande desafio é encontrar o modelo mais adequado:
“Notei uma mentalidade mais aberta (ao modelo SAF) ao longo deste ano (de 2024). No começo de 2024 talvez não fosse assim, mas, com Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG (investindo e fazendo boas campanhas), houve mais receptividade. É preciso, porém, pensar bem no modelo, porque nenhuma SAF é igual à outra, todas são diferentes”.