Ex-treinador do Grêmio na temporada de 2011, Julinho Camargo venceu o coronavírus na última semana e ganhou uma lição para nunca mais esquecer. À Rádio Gaúcha nesta quinta-feira, relatou sintomas e dificuldades de lidar com a doença que segue preocupando a todos.
“A falta de ar é uma coisa horrível. Eu passei praticamente sete dias antes de internar virando noite sem conseguir respirar. A saturação de oxigênio normal é de 92% a 100%. Eu estava saturando 60%, aí o coração começa a trabalhar mais forte. Minha frequência cardíaca estava em 140 batimentos por minuto (a taxa considerada normal é de 60bmp). Quando eu cheguei no hospital, fui direto para a UTI. A médica disse que, nos dois primeiros dias, usei dois tubos de oxigênio e o próximo passo seria entubar. Mas no terceiro dia meu corpo e meu pulmão reagiram e não foi preciso”, disse.
Ele chegou a ser internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, enquanto a sua mulher também contraiu coronavírus e ganhou alta, junto com o técnico, na última sexta.
“Lembro de eles falarem muito para eu concentrar na respiração, que era para ter calma, respirar, para conseguir. Foi um período de fechar a cabeça. Temos dois filhos pequenos. Foi muito delicado. Sou grato a Deus em primeiro lugar, mas também aos amigos que nos mandaram muita energia boa em um momento ruim. E ao pessoal da área da saúde. Foram sete dias de UTI. A turma da linha de frente, que são heróis anônimos, merece todo nosso carinho e respeito”, concluiu.