No primeiro ano de volta à Série A nacional, o Grêmio surpreendeu a todos ao vencer o Gauchão mesmo com um elenco inferior ao do Internacional de 2006, que, mais tarde, venceria conquistas do porte da Libertadores e do Mundial.
O estadual daquela temporada é lembrado com carinho por Mano Menezes, que surpreendeu o rival Abel Braga utilizando em cada jogo um lateral na linha de meias.
“Havia uma desconfiança muito grande e uma diferença técnica importante entre as equipes. O próprio torcedor gremista não queria disputar aquela final, pois temia levar uma goleada do Internacional. E eu sabia que do jeito que vínhamos jogando, não teríamos chances de vencê-los. Lembro que, na semana do primeiro jogo, o Alessandro estava indo treinar com o time reserva, porque não tinha jogado na partida anterior. Chamei ele e falei que pensava em usá-lo na linha de meias. Um 4-1-4-1. Ele topou e treinou assim. Tinha uma origem como meia e poderia fazer essa função. Ninguém deu bola para o treinamento, porque eram reservas, era o Sub-20 e ninguém imaginaria mesmo que dali sairia algo para o Gre-Nal. E, no Olímpico, no jogo de ida, entramos com ele no meio. Ele foi expulso em briga com o Fabiano Eller”, recordou Mano em live com o jornalista Duda Garbi.
Para ele, o título no Beira-Rio com o empate em 1×1 com gol de Pedro Jr “ajudou” o Inter a vencer, meses depois, a Libertadores.
“No jogo da volta no Beira-Rio, fizemos a mesma coisa com o Wellington, lateral-esquerdo, do outro lado. De novo, dois laterais. E conseguimos o título. Arrisco a dizer que esse título do Grêmio deu a conquista da Libertadores para o Inter. Porque ali o Abel Braga, dentro da sua competência, fez os ajustes necessários e as mudanças que deveria fazer. Aquele foi um título que mostra que uma equipe organizada, bem determinada, pode superar uma dificuldade contra um time superior”, concluiu.