Josef Martinez, um dos maiores destaques da liga de futebol dos EUA, a MLS, alegou problemas psicológicos causados por Dudamel, treinador da seleção da Venezuela e em virtude disso, não quer mais atuar pela esquadra nacional enquanto ele for o comandante da equipe nacional.
O jogador é grande destaque na América do Norte, onde marcou gols em 14 partidas consecutivas e contra todos os clubes da liga, por exemplo. Em tal fase, Josef é visto como um dos destaques da seleção nacional.
Em carta divulgada, o atacante relata: "A razão é clara e específica: uma relação profissional cada vez mais desgastada com o atual técnico da seleção". Continuando, o jogador chega a falar em problemas psicológicos: "É emocional: o desgaste anímico toda vez que vou a seleção atualmente, produto do comportamento comigo de quem lidera o corpo técnico da seleção. Sendo a Copa América 2019 o evento que mais me afetou emocionalmente e esportivamente. Passei realmente mal".
Em 2016, Josef esteve muito perto de reforçar a equipe do Grêmio, quando atuava no Torino, da Itália. Na época, o clube gaúcho não conseguiu acertar-se financeiramente com os italianos e a negociação não avançou, no entanto, esteve muito próxima de ser concretizada.
A carta pode ser lida na íntegra:
Recebam minha cordial e 'vinotinto' saudação de sempre. Sim, de sempre. Porque desde que me entendo por gente e jogava com bolas de pano no meu bairro "El Combate" de Valencia sonhando em ser jogador, a seleção venezuelana sempre foi o mais importante na minha carreira e, provavelmente, da minha vida pessoal. Tive o privilégio de participar de muitos estágios da seleção: juvenis e profissionais. Sempre deixei tudo pela camiseta que nos une e que amamos.
Vivi emoções enormes e conquistas em minha carreira com a seleção, também como momentos difíceis, duros, que me fizeram crescer como jogador e ser humano. A seleção é meu grande amor. A que sempre quero ver e representar. Com a quem sempre desejo estar.
Sem enrolação, em tempo recentes acabei sofrendo mais do que aproveitando estando com esse grande amor chamado "Vinotinto". Não farei rodeios, nunca foi a minha forma de agir. A razão é clara e específica: uma relação profissional cada vez mais desgastada com o atual técnico da seleção. São três anos de um tratamento que não corresponde com o compromisso total que sempre demonstrei com a seleção. Estando no campo, no banco de reserva ou nas tribunas. Estive em todos estes espaços. E os aceitei e honrei sem pedir explicações, seja quando jogo ou não. Aqui o motivo do meu profundo mal estar, dor, tristeza e decepção não é esportivo. É emocional: o desgaste anímico toda vez que vou a seleção atualmente, produto do comportamento comigo de quem lidera o corpo técnico da seleção. Sendo a Copa América 2019 o evento que mais me afetou emocionalmente e esportivamente. Passei realmente mal.
Vi e vivi episódios que não compartilho. Os sofri e deixei passar por muito tempo, mas chegou o momento de não aceitá-los mais. Por tanto, preferia que o atual treinador da seleção nacional não me convoque mais enquanto estiver no cargo. No mais, minha saúde emocional pede ajuda. Deixo claro que NÃO estou renunciando a seguir vestindo a camisa do meu país, a que eu mais amo. NÃO estou fechando as portas para seguir representando a Venezuela. Apenas que prefiro não estar lá enquanto não chegar uma troca que me permita recuperar a essência do que verdadeiramente é representar um país e não um projeto pessoal. Nada nem ninguém deve estar acima da seleção nacional.
Espero que compreendam o que faço e a dor que representa para mim tomar essa decisão. Mas, mais doloroso ainda é fazer parte de algo que deixou de ser a Vinotinto de todo um país para se converter em um espaço de interesses individuais.
Para a Federação Venezuelana de Futebol, meu total agradecimento e comprometimento de defender a VENEZUELA quando volte a ser assim. A seleção, ao país.
A todos os venezuelanos: sei que algum dia nos reencontraremos com a camisa VINOTINTO.
Me despeço cordialmente solicitando de coração VINOTINTO que esta situação se resolva da maneira mais sensata, compreensível e profissional possível.
25 de setembro de 2019, Josef Martínez.