O Grêmio recebeu hoje a recusa do Ministério Público do RS referente a oferta de acordo do clube com a OAS para as obras do entorno da Arena. O aval do órgão governamental gaúcho era fundamental para o andamento da compra da gestão do estádio e o não que foi proferido frustra novamente o objetivo gremista de comandar integralmente a sua casa.
O Ministério Público utiliza três argumentos para justificar a recusa do acordo entre as partes:
- A ideia apontada para a divisão da atual empresa “Arena Portoalegrense”, onde o Grêmio ficaria com a parte responsável pelo administração do estádio e a OAS com a segunda metade, responsável pelas obras no bairro Humaitá. Contudo, na visão das autoridades, a credibilidade de um processo grandioso como o discutido não pode ser colocada em uma empresa que sequer foi criada e que não possui base sólida, muito menos associados.
- O responsável pelo lado financeiro das obras na teoria seria o Grêmio, mas a execução seria da OAS. O que preocupa o MP é uma possível variação de valores projetados, algo comum em grandes construções, e a possibilidade do clube não desejar dar continuidade ao compromisso firmado. Atualmente, a previsão orçamentária para as melhorias do entorno da Arena está na casa dos R$37 milhões.
- Para certificar o compromisso das partes, o Grêmio estipulou como garantias financeiras do acordo o capital referente ao seu quadro social e as lojas do clube. Entretanto, as autoridades levantaram a preocupação com as manifestações públicas dos dirigentes gremistas quanto o impacto da pandemia nestas áreas. O Grêmio admitiu que terá prejuízos de R$25 milhões em 2020 por conta da crise.
Com base nesses pilares de argumentos sustentados em um documento enviado aos interessados, o Ministério Público do Rio Grande do Sul travou o interesse tricolor. Segundo dirigentes consultados pela reportagem do Gremistas.net, a medida é um retrocesso grande nas tratativas e o desânimo do clube ameaça a continuidade do desejo de compra da Arena.
O Ministério Público do Estado entra como parte interessada no acordo por conta dos riscos que uma obra do porte discutido no Humaitá apresenta para a cidade. O temor é que Grêmio e OAS iniciem as melhorias, mas não cumpram com os seus deveres. Nesse caso, a prefeitura de Porto Alegre se veria em posição de pressão para concluir as reformas com os seus próprios recursos, já destinados para outras áreas de maior necessidade.