Se engana quem pensa que a única preocupação neste período de treinamentos é a preparação física. Atualmente, o setor de nutrição da comissão técnica do Grêmio tem trabalhado mais do que o normal para ajudar os jogadores a atingirem os resultados esperados o mais rápido possível.
As restrições no espaço físico do CT, porém, transformam o desafio em algo maior para os profissionais do clube.
“Assim como nos treinos, tivemos que ter muitos cuidados. Suspendemos de imediato as refeições no CT para evitar aglomeração. Optamos em orientar os atletas. Então, eles receberam um material com orientações nutricionais. Eles já chegam no CT com a alimentação feita em casa. Assim, a única coisa que estamos ofertando é uma suplementação pré e pós treino. Não dependemos da estrutura interna do CT”, explicou o nutricionista da equipe, Guilherme Oliveira.
Guilherme é o homem responsável por gerir o departamento. Todas as avaliações e cálculo de cada atleta passam pelas mãos do profissional para que as estratégias individuais possam ser tomadas. Cada jogador recebe atenção especial e possui uma dieta diferente para que obtenham os melhores resultados.
“O que o atleta pode ganhar em campo (com a nutrição) é o melhor de si. O que a nutrição consegue é aprimorar o que o jogador já tem de melhor. Eles só conseguem desenvolver o seu melhor se estiver bem nutridos. Eles utilizam os estoques de energia que o alimento dá e o suplemento ajuda maximizar o processo”, contou.
O desafio que gerava maiores preocupações já passou: a quarentena. O período em que os atletas trabalharam em suas casas, sem contato com os profissionais do CT, era motivo de tensão na área, já que a rotina alimentar dependeria exclusivamente do empenho individual de cada um. Na primeira semana de treinamentos, o grupo passou por uma bateria de testes e os resultados agradaram.
“Nesse confinamento eles nos surpreenderam positivamente. Grande parte do elenco seguiu as orientações pré-pandemia e apresentaram resultados muito satisfatórios”, disse antes de concluir: “Um atleta profissional, como vem de um trabalho de construção, além de ser bom atleta precisa ter cuidados extra-campo. Ele precisa ter boa alimentação, boa noite de sono, restrição bebidas alcoólicas. Os jogadores possuem uma boa base sobre nutrição, mas nós tentamos refinar”.
Agora, com os trabalhos permitindo o contato entre o grupo gremista e os profissionais da área no CT, o controle fica facilitado. Guilherme Oliveira, contratado neste ano pelo Grêmio após passagem pelo Cruzeiro, deixa claro aos jogadores que, quando o assunto é educação alimentar, não há formas de esconder os hábitos ruins.
“O nosso monitoramento fora do CT são os resultados que eles nos apresentam. Quem come mal e dorme mal não consegue ter bons resultados aqui”, concluiu.